terça-feira, 6 de novembro de 2018

Adolescentes da Funac são certificados nas oficinas produtivas do IEMA

Adolescentes da Funac são certificados nas oficinas produtivas do IEMA. 
“Fazer um curso profissionalizante me fez sonhar de novo, ter uma profissão, ter forças para mudar e levar bons ensinamentos para minha vida. Eu só agradeço pela oportunidade que eu tive”, contou feliz o adolescente José, que cumpre medida socioeducativa em uma unidade da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), em São Luís, e que pela primeira vez na vida teve acesso ao ensino profissionalizante. Do mesmo sentimento compartilha Carlos, socioeducando em uma unidade de Imperatriz, que destacou a chance de aprender algo novo e ter um certificado para comprovar o seu conhecimento.
José, Carlos e mais 182 adolescentes que cumprem medida socioeducativa nas unidades da Funac conheceram na prática o significado da palavra oportunidade. Ao longo dos meses de setembro e outubro, os socioeducandos foram capacitados nos cursos de Jardinagem, Barbearia, Noções de Eletrônica Básica, Artesanato em trabalhos manuais e materiais recicláveis, por meio das Oficinas Produtivas, com carga horária de 40 horas em média.
As oficinas visam a oferta da profissionalização no atendimento socioeducativo e são resultado da ação intersetorial da Funac, órgão vinculado à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), com o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti).
Os jovens das unidades de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Imperatriz e Timon, foram certificados pelo IEMA no final de outubro e, agora, tem a sua oportunidade materializada em um novo aprendizado e um certificado, que vai possibilitar a sua inserção no mercado de trabalho ou abrir o seu próprio negócio, quando encerrarem a medida.
Profissionalização: direito fundamental
Adolescentes da Funac são certificados nas oficinas produtivas do IEMA.
“O ensino profissionalizante para o José, o Carlos e outros adolescentes que cumprem medida socioeducativa antes de tudo é um direito fundamental, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, em segundo lugar fortalece a desvinculação com a prática do ato infracional a partir da aprendizagem de uma profissão, para que possam construir o seu projeto de vida e sejam capazes de se reinserir na sociedade”, explicou a presidente da Fundação da Criança e do Adolescente, Elisângela Cardoso.
Na perspectiva de possibilitar o acesso ao ensino profissionalizante, as oficinas do IEMA têm uma função estratégica junto à Funac. “O objetivo das oficinas é promover a formação profissional e garantir emprego e renda. De uma forma especial, o resultado da parceria do IEMA com a Funac oportuniza para estes adolescentes uma capacitação profissional e uma nova perspectiva de vida, novos horizontes através da inclusão e da educação profissional”, ressaltou o reitor do IEMA, Jhonatan Almada.
Desta primeira iniciativa os resultados foram muito comemorados pelas equipes do IEMA e Funac. “Alcançamos êxito nas oficinas tanto no que diz respeito aos adolescentes que absorveram todos os conhecimentos, quanto no trabalho realizado pelos professores e supervisores do IEMA”, comemorou Elisângela Cardoso.
No total, serão investidos R$ 246 mil pela ação intersetorial Funac-IEMA para a realização das oficinas, divididas em três ciclos que vão até janeiro de 2019. Com a avaliação positiva, a ação segue para o segundo ciclo com início previsto para esta segunda-feira (5). Nesta etapa serão ofertados os cursos de decoração de sandálias, pintura em tecido, jardinagem, pintor de obras, estética (manicure, pedicure e designer de sobrancelhas) e informática para mais 180 adolescentes.
Metodologia diferenciada
Adolescentes da Funac são certificados nas oficinas produtivas do IEMA. 
A partir da experiência exitosa anteriormente com a Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia Solidária (Setres) na realização de cursos profissionalizantes, a metodologia das oficinas produtivas também foi adaptada à dinâmica do atendimento socioeducativo: cursos que mesclam teoria e prática em formato mais interativo. O resultado foi a conclusão da carga horária de forma integral e um aprendizado mais consistente.
Para a professora Gardênia Silva, que ensinou técnicas dos trabalhos manuais pela primeira vez na socioeducação, o aprendizado dos adolescentes superou as expectativas. “Foi muito surpreendente ver o crescimento e aprendizado dentro do curso, estavam todos muito interessados e buscando aprender algo novo. O artesanato abre um leque de possibilidades e, depois do curso, eles têm conhecimento e podem gerar sua própria renda, através da venda seus produtos confeccionados”, contou.
E o reflexo das oficinas aparece também na rotina das unidades. “Os adolescentes ficam mais focados no curso e as atividades fluem melhor, de fato, a profissionalização agrega um diferencial na vida dos adolescentes e no cumprimento da medida”, afirmou o diretor do Centro de Juventude Canaã, Dannyeryck Bernardes.
Na avaliação da coordenadora das unidades vocacionais do IEMA, Josélia Castro, o primeiro momento do IEMA na socioeducação foi muito importante. “Buscamos conhecer mais sobre essa área para a realização dos cursos, treinamos os professores a respeito do mundo da socioeducação e colhemos os bons resultados deste primeiro ciclo, tanto que as produções dos adolescentes foram expostas na Semana de Ciência e Tecnologia 2018, com muitos elogios dos visitantes”, destacou.
“Planejamos com dedicação essa iniciativa, foram inúmeras reuniões, visitas técnicas e mobilizações das equipes técnicas da Funac e do IEMA para que os cursos fossem realizados a contento e tivessem a participação ativa dos adolescentes. Agora, seguimos para o segundo ciclo, levando oportunidade e o ensino profissionalizante para mais adolescentes”, declarou a diretora técnica Lúcia Diniz

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